Ser dono de bolicho é exatamente igual a tirar leite de ursa, dá muito trabalho e rende pouco. Digo isso porquê tenho visto vários convivas baderneiros encharcados de bêbados pedirem ao extenuado bolicheiro para fechar a conta e o jururu empreendedor apresentar cifras de vinte reais, vinte e cinco, estourando trinta. Ora bolas, em que planeta você bebe até quase cair e sai sem deixar no mínimo cem mangos. Tem alguma coisa errada acontecendo por lá.
Outra coisa, 96,7% do consumo de um bolicho ocorre na primeira hora da chegada do pseudo-atleta, os outros 3,3% do dispêndio leva outras três horas para acontecer, levando novamente o bolicheiro a um estado de fatiga por ter que aguentar piadas sem graça, normalmente internas, falação de perto com cuspidas involuntárias, cutucadas para chamar a atenção, enfim, um sem número de chatices cometidas por frequentadores bêbados de bolichos que só Deus e o bolicheiro sabem do que estou falando.
Portanto, quero lembrar aos amigos que queiram ficar até mais tarde, que nunca esqueçam de anotar as suas cervejas, consumir algo do estabelecimento, pagar as suas despesas e principalmente ser comedido em suas histórias.
É muito difícil falar de um jogo fraco, sem emoção, praticamente um jogo de senhoras, a não ser...
... pelo ridículo drible do pagador atleta Mário, quando de forma sutil bate com a ponta do dedo esquerdo na bola, fazendo-a ir rumo norte enquanto todos esperavam que ela seguisse noutra direção, enganando a todos, inclusive a si próprio;
... pelos frangos auferidos pelo arqueiro que tem de tudo para ser um sucesso no golo, SQN...
... pelo fito pique que nosso lesionado atleta Peco Presley deu sem receber a bola, ocasionando nova lesão no amigo, que saiu do campo cheio de moral culpando por sua lesão o amigo fominha, esquecendo completamente que encontra-se em idade avançada.
Mas falando no caro amigo Peco Presley, fica registrado aqui que os amigos não imaginam quem é o Peco. Apenas indo a um show do comparsa é que se tem noção do artista que vive entre nós. Toda aquela cenografia que ele faz em campo, atirando-se e bradando de dores musculares é pura cena, muito bem feita por sinal, mas no palco é muito melhor.
Fomos agraciados pelo Peco na última quarta-feira com pocket show na Granja dos Bertaco, daqueles que nunca existirão em nossas vidas, pelo menos por tamanha exclusividade. Obrigado Peco, foi demais e memorável.
Falamos aqui outras vezes da lonjura que o Peco percorre para estar aqui conosco e ainda com essa surpresa, é demais. Obrigado Peco!
E também nosso querido amigo mudo, que nada fala mas que mostrou-se o melhor becking vocals que a Granja Comary já assistiu. Muito provavelmente porque foi o único.
O Churrasco para variar estava demais, mas sabemos que a churrasqueira e os refratários ajudam muito, e assim deixamos para trás em nossas memórias mais uma quarta-feira entre amigos das melhores do mundo.
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